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Arquitetos: Fran Silvestre Arquitectos
- Área: 1015 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
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Fabricantes: Kibeny, Andreu World, CasaDesus, Gaggenau, IMG Windows, Point, Sensem

Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto oferece vistas diagonais para um lago pertencente ao campo de golfe La Moraleja, em Madri. Como o terreno permitia, foi proposta uma casa desenvolvida, em sua maior parte, em um único pavimento. A área diurna organiza-se em dois volumes de diferentes alturas, deslocados entre si, formando um terraço protegido voltado para a paisagem e orientado a sudeste. O corpo principal tem altura equivalente a quase um pavimento e meio. Um terceiro volume abriga a área noturna, posicionada de modo a contar com seu próprio espaço externo mais reservado.


O jogo entre os três volumes construídos conforma um pátio de entrada, voltado para o norte, que confere caráter distintivo à chegada. A geometria também cumpre função estrutural, permitindo vistas livres da paisagem sem apoios intermediários. Dessa forma, os espaços podem permanecer adaptáveis a novos usos e usuários no futuro.



Assim como os inuítes e outros povos árticos possuem, segundo os linguistas, mais de quarenta palavras para descrever a neve, neste projeto nos vimos diante do desafio de encontrar uma ampla e precisa gama de brancos com nuances quentes. Esses tons abrangem desde a pedra natural de Colmenar até a madeira de freixo das florestas de Madri, passando por diferentes tipos de latão em tonalidades próximas ao RAL 9016, além de temperaturas de iluminação em torno de 2.700K. A intenção era alcançar uma heterogeneidade integrada, capaz de transmitir uma sensação de calma nos ambientes domésticos.


No pavimento inferior estão localizados os espaços voltados ao bem-estar físico, como a piscina, a academia e outras atividades complementares, todos iluminados por uma claraboia. Cada volume apresenta uma borda arredondada, que gera uma leitura visual dinâmica. Esses elementos curvos estão situados nas áreas abertas de terraço, facilitando a construção e, ao mesmo tempo, mantendo os interiores ortogonais.


Sempre nos fascinou essa estratégia na obra de Andreu Alfaro. Em algumas de suas peças, a relação entre a linha reta e a curva cria um nó contínuo, no qual o olhar percorre os elementos de forma fluida. Como diria Maderuelo, buscamos “captar” essa qualidade espacial presente nas esculturas de Alfaro. O resultado é que a parte principal da casa se torna uma espécie de percurso contínuo, no qual a piscina se transforma em terraço, que por sua vez se integra às fachadas dos volumes construídos, fechando novamente o ciclo junto à piscina. Essa abordagem ressalta uma das muitas funções da residência: ser apreciada também pelo simples ato de observá-la.



































